"No amor não há medo; o amor que é totalmente verdadeiro afastará o medo. Portanto, aquele que sente medo não tem no seu coração o amor totalmente verdadeiro." ( I João 4, 18)
A vida é
constituída de constantes despedidas; estamos sempre tendo que dizer adeus a alguma coisa ou a alguém.
Dizemos adeus pelo dia que passou, por algo que acabou, ou sentimento que se
dispensou. Mas de todos os adeuses existe aquele que é bem doloroso: despedir
de quem gostamos. Queria que momentos como esse não existissem, que as pessoas
nunca tivessem que dizer essa palavra aos seus amados, mesmo sabendo que
algumas vezes elas tornam-se necessárias.
Somos seres
sociais, dotados de sentimentos que às vezes ultrapassam os limites. Temos
necessidades de estar juntos; trocar carinhos, afetos, palavras.
Apegamos-nos às pessoas de tal forma que chega a doer e diante de tamanha
união, a dor de dizer adeus torna a ser
dilacerante. Sofremos pela distância que separa dois ou mais corpos; desperta
dentro de nós o amor e não é a separação física que irá colocar fim a esse
nobre sentimento; pelo contrário, é essa mesma distância que irá provar o
quanto somos fiéis às nossas amizades, a capacidade de não esquecer aquilo que
nos marcou por tempos e tempos.
Como queria
não ter que dizer adeus. Mas se necessário direi, com o coração partido,
sangrando, mas direi. Digo deixando claro que dentro de uma grande amizade, o
tempo não apaga todas as emoções vividas, cada palavra dita, o primeiro encontro... É assim, nada é pra sempre, tudo tem um fim,
o que muda é forma como iremos conduzir cada situação, cada dia e cada momento.
Dentro da amizade, laços são feitos para não serem rompidos. As raízes desta
benevolência se encontram em solos profundos e, por estar bem fixada no solo de
nosso coração, é que sobrevivemos ao adeus
e assim conseguimos caminhar.
Adeus, palavra que dói na alma, que nos
faz chorar e sentir falta, que desperta saudades e nos faz em pedaços. Adeus, palavra que também faz lembrar de minhas
responsabilidades para com a “rosa que cativei”.
“-Adeus,
disse ele...
-Adeus, disse a raposa. Eis o meu segredo. É
muito simples: só se vê bem o coração. O essencial é invisível para os olhos.
- O essencial é invisível para os olhos,
repetiu o principezinho, a fim de lembra-se de algo.
- Foi o tempo que perdeste com tua rosa que
fez tua rosa tão importante.
- Foi o tempo que perdi com a minha rosa...
repetiu o principezinho a fim de se lembrar.
-Os homens esqueceram essa verdade, disse a
raposa. Mas tu não deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por
aquilo que cativas. Tu és responsável pela rosa...
-Eu sou responsável pela minha rosa...
repetiu o principezinho a fim de se lembrar.”
E assim será.
Jamais irei esquecer a verdade de zelar e cuidar de minha rosa. Ela é o
essencial visível aos meus olhos ontem, hoje, amanhã e sempre. Não é o adeus, não é distância, não é a saudade
e não é a dor da ausência que irá apagar de dentro de minha memória, do íntimo
de meu coração as poucas e verdadeiras amizades que ao longo do tempo consegui
cativar. Elas serviram como o meu suporte, minha razão de não desistir de
algumas situações e o mais importante: elas foram jóias que o Senhor me
concedeu, o tesouro vindo dos céus e abençoado por Deus.
“Num mundo que se faz deserto, temos sede de
encontrar um amigo”.
Saudades é uma forma de ficar, já diz Pe. Fábio de Mello. Logo, ao dizer adeus, saibamos que este permanecerá em nossos corações de forma humilde e singela e que por mais longe que se esteja fisicamente, existe uma presença abstrata e espiritual do indivíduo!
ResponderExcluirJesus sacramentado, nosso Deus amado e certeza do céu!