terça-feira, 1 de maio de 2012

Marcas de retalhos


 Sou retalho de poesia
Não nasci pronta, nasci de um rabisco
Depois foram dizer que era eu quem devia dar os ajustes
Fui ao mundo procurar emoções pra me enfeitar
Me enganou o enfeite mais belo que encontrei
Com ele pude voar, só que depois me derrubou
Caí do salto e eu nem uso! Isso é pra você ver o tamanho do desastre.
Para que foram abrir esse casulo antes do tempo?
Fico olhando para trás, balanço a cabeça pra esquerda e pra direita
Um movimento nos meus lábios ajudam a transmitir minha expressão corporal de imprudente.
Aquele casulo era um coração que tinha que ficar guardado e escondido
Pra fazer bem o papel de boa moça, donzela cristã, princesa na torre.
Agora é o jeito deixar a borboletinha morrer
Sem aproveitar a primavera,
Sem receber flores,
Sem sentir o cheiro delas,
Sem abrir nenhum cartão...
Adeus borboletinha, adeus!
Não vou atrás de outros enfeites
Viverei bem esse luto que é pra poder me redimir.

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